quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Cacaso poemas



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Poemas

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happy end

o meu amor e eu

nascemos um para o outro

agora só falta quem nos apresente

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Descartes

Não há

no mundo nada

mais bem

distribuído do que a

razão: até quem não tem tem

um pouquinho

-

lar doce lar

Minha pátria é minha infância:

Por isso vivo no exílio.

-

indefinição

pois assim é a poesia:

esta chama tão distante mas tão perto de

estar fria.


Cacaso. 

Nascido Antônio Carlos Ferreira de Brito, em 1944 (Uberaba, MG). Morreu em 1987 (Rio de Janeiro, RJ). Caricaturista aos 12 anos, poeta antes dos 20. Filósofo, professor universitário - teoria da literatura e literatura brasileira, décadas de 60 e 70. Em 67, o primeiro livro, A Palavra Cerzida; os outros são Grupo Escolar (74), Beijo na Boca (75), Segunda Classe (75), Na Corda Bamba (78) e Mar de Mineiro (82). "Livros que não só revelaram uma das mais combativas e criativas vozes daqueles anos de ditadura e desbunde, como ajudaram a dar visibilidade e respeitabilidade à 'poesia marginal'". Para além das companhias mimeógrafo-poéticas, trabalhou com grandes músicos brasileiros, como Edu Lobo e Tom Jobim, dentre muitos outros. Um dos mais criativos poetas dessa nossa mais recente história literária, Cacaso era sempre mais. A ed. Brasiliense lançou, em 85, a primeira antologia da obra desse grande poeta. Cacaso morreu dois anos depois. Recentemente, suas obra completa (publicações e poemas até então inéditos) foi reunida no livro intitulado "Lero-lero", lançado pela CosacNaify/7Letras em 2002.



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