é sempre você quem me resgata
do limiar do iminente nada
que borbulha
em camadas de pensamentos perigosos
e palavras,
cepas resistentes à droga da vida.
E no peito, que quase não respira,
(sobre o qual de bom grado recebo
o anel que aperta)
ouvir florescer
o buquê de promessas.
Assim, rainha
--- tão descalça quanto um rei de carnaval ---
sob os pés os paetês de brilho fácil
se extinguem ao passo
que a cabeça-balão-de-parada
a cada meneio exibe
o sorriso do enforcado.
De Claudia Roquette-Pinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário