Se eu soubesse o teu nome,
ó garota que que passas,
eu não faria um poema
nem pediria o teu número.
Se eu soubesse o teu nome,
ó garota que passas,
eu o escreveria na parede
do mictório mais infecto da cidade.
Séculos mais tarde,
ó garota que passas,
um arqueólogo descobriria,
nas ruínas do que foi esta cidade,
este grafito
– e teceria, quem sabe, eruditas considerações
sobre este nome feminino
de uma civilização extinta.
Mas eu não sei o teu nome,
ó garota que passas,
e nunca o poderei saber:
pois já passaste
e já te perdeste na multidão...
O jeito é pedir outro café,
e outro, e outro,
até o mundo acabar.
Otto Leopoldo Winck
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