COISAS QUE SOBRARAM DO INCÊNDIO
Naldo Velho
Há um quê de delicadeza
nas coisas que sobraram do incêndio.
Vestígios de sonhos misturados a destroços...
Madeira, reboco, papeis, muitos panos.
Pela casa aos pedaços eu recordo a história
de um amontoado de livros, parte deles queimados.
Há um quê de suavidade
nas cinzas que sobraram pelos cômodos.
Luz do sol, fumaça, vidraças quebradas,
e ainda assim, eu percebo os detalhes.
Portas arrombadas denunciam o desastre,
no ar um cheiro de demolição.
Há um quê de poesia
em pode sentar num canto e apreciar os estragos.
Há um quê de magia
em poder renascer dos escombros.
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