segunda-feira, 2 de setembro de 2019

CONTRAPONTO HARMÔNICO, CAUSA-ERRO E BIODIVERSIDADE





Gosto de imaginar as cidades pós-modernas
Como concertos polifônicos babélicos,
Onde as verdades determinadas,
Advindas do imo dos indivíduos,
Físicos e culturais,
Encontram sempre seu contraponto
Harmônico, seu alter ego ou Doppelgänger,
De sorte que resta ali preservada
A grande saúde da diver-
Sidade que nunca se deixa reduzir à raiz:
Está extinto o reducionismo e instituído
O caos como fonte duma verdade vetorial,
Físico-democrática, a emergir das coletividades
Como irrompe dos corpos.

Gosto de imaginar a causa-erro,
Que tomo de empréstimo a Darwin
E é muito afim da causa-errante aristotélica,
Como dissonância ou desarmonia,
A perpassar toda a cidade qual um soluço,
Ou uma onda metapólis-
-fônica diacrônica diacústica, e criativa:
Assim pelo seio da mata amazônica
Há de passar um simum vindo de alhures,
A revolucionar as estruturas quebr-
Ando as sucessões em prol da turbulência
Entrópica e da manutenção permanente
— Da biodiversidade.


Igor Buys
06 de agosto de 2011

               

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