Porque a pintura é uma entidade mística
porque sou incapaz de refutar em cores –
a meditação em Eduardo Seiji
longos fios, desde o couro cabeludo
alçando sua ascese
despenteando-se
despertencendo.
Há um nível de sujeição que beira à indecência
por um fascínio de pura nostalgia
a ignorância do olhar colhido pelo erro
aprender in locus a heresia
requer coragem
sobre meu amor por formas puras
: a solidão do retrato de Alberta
os entre espaços de Edmar
as cores que se revelam no entardecer
de John Christian Dahl
Dresden sob a luz da lua.
Remedios Varos inventando Tilda Swilton
mulher saindo do psicanalista.
Ou a criança pastoreando azuis
sob um charco de estrelas
menino pastor de Lenbach
cuida para que
Helena Almeida não se desgarre
naquela inigualável travessia das mãos –
careca e comprida amada por cachorros
uma Jeanie Tomanek nunca levada a termo
porque se afundou em Rothko
linhagem
miragem
devir Ohtake.
RTD
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