quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Visões



Por que no mercado de argumentos
Servem-se armamentos
Às guerras entre nações?

O riso sátiro e infame,
Cobra esguia no tatame
Vencerá as orações?

Na corcova do ataúde,
Homens sem leis ou virtude,
Por mandato, rufiões!

Pois, caiam porcos obreiros
E os gigantes estrangeiros,
Exímios camaleões!

Afoguem-se num desastre
Os roubos da melhor parte,
E se mostrem os ladrões!

Derrubem-se as prepotências,
Jugos, rastros de demências:
Paternais humilhações.

Bastem noites de sangrias!
Jejuar beato e vigílias,
Coveiros das ilusões!

Desperte príncipe valente,
E de sua dor descontente,
Inspire paz às multidões!

O galo toque a trombeta
E a alvorada amanheça
Lendo versos de Camões!

O sol não mais açoitado,
Viril membro hasteado,
Secará as solidões.

E o oceano arrastado
Sirva a um copo adocicado
Bebido por gerações.

A lua, orvalho gigante,
Cairá itinerante
Inundando toda a terra
E de promessas se empunhe,
E por amor venha à lume
O povo da nova era!


 Eliane Triska       6 de agosto de 2011 

Canoas, RS

Nenhum comentário: