terça-feira, 19 de junho de 2012

Heróis às avessas

Que dizer destes que dizem de si, o herói?

Fui cambaleante à pinguela da rua torta

Entendi o mundo daqueles que me cercam

Ao voar com minhas asas de cera, caí

Nasci com o defeito de tentar errando

Ao panteão do Amanhã, mirei o relógio lento

de todos os herois pretensos

Deserto o tempo é o de mim distante

Contei os passos rumo ao cadafalso

Tantas vezes desferi o berro ao espelho

Levantaram-me da lama mil vezes

Fugi do hospital para morrer quieto no quarto

Não reze alto enquanto preparo-me para à morte:

Renasci sempre de restos,

escrevi longas cartas aos fracos!

E na fraqueza de ser franco, reconheci:

Todos nós somos um pouco

Do pior do que criticamos nos outros!

Eles que caminham altivos e convictos

De nunca ouvirem o grito d’alma que vocifera:

Seja você o que erra! Seja você o que erra!

Apenas uma vez que seja, seja você humano!

Marcos Guimarães

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