Falar é existir para si e para o outro.
Quem domina a linguagem,
Domina, também, o mundo.
Dita regras, como se fora um livro.
O negro, prisioneiro, em sua ilha calada,
Perde-se, sem saída e sem fala,
Aborta atitudes de ser inteiro;
Possibilidade de ser livre, naufragada.
Então, remédio é romper com discursos impostos,
Libertar-se de cangas e complexos ancestrais,
Mantendo acesa, dentro dos olhos,
Uma permanente e esclarecedora interrogação:
- Como escapar das negações e armadilhas civilizatórias
Na fala sutil e doce do colonizador, ocultas?
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa,
poema iniciado há um ano atrás; e concluído em 17/03/2013, na Lapa, depois de
ler o 1º capítulo (O Negro e a Linguagem) do Livro “Pele Negra, Máscaras
Brancas”, de Frantz Fanon: psiquiatra, escritor e ensaísta antilhano, que
elegeu como objeto de estudo a descolonização e as psicopatologias advindas de
tal fenômeno)
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