segunda-feira, 18 de março de 2013

O NEGRO E SUA FALA




Falar é existir para si e para o outro.
Quem domina a linguagem,
Domina, também, o mundo.
Dita regras, como se fora um livro.

O negro, prisioneiro, em sua ilha calada,
Perde-se, sem saída e sem fala,
Aborta atitudes de ser inteiro;
Possibilidade de ser livre, naufragada.

Então, remédio é romper com discursos impostos,
Libertar-se de cangas e complexos ancestrais,
Mantendo acesa, dentro dos olhos,

Uma permanente e esclarecedora interrogação:
- Como escapar das negações e armadilhas civilizatórias
Na fala sutil e doce do colonizador, ocultas?

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa,
 poema iniciado há um ano atrás; e concluído em 17/03/2013, na Lapa, depois de ler o 1º capítulo (O Negro e a Linguagem) do Livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”, de Frantz Fanon: psiquiatra, escritor e ensaísta antilhano, que elegeu como objeto de estudo a descolonização e as psicopatologias advindas de tal fenômeno)

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