Uma poesia surgiu
junto com o Sol,
- que ainda não veio -
e com o barulho
que brota da cidade,
- recém desperta -
e da alma silenciosa
de sua gente.
A poesia voou
na manhã cinzenta,
feito mosca desorientada,
imune ao inseticida
do ceticismo,
ferindo, fundo,
a desvontade de viver,
nascida dos bolsos vazios
e dos corações desesperançados.
A poesia fugiu
do vento gélido,
escapou do pivete,
molhou-se na chuva fina,
escorregou no asfalto elameado,
sendo atropelada
por um caminhão desgovernado;
porém, o cadáver, insepulto,
em gesto da mais pura teimosia,
ali no chão, des - pe - da - ça - do,
ainda assim, se esvaía em poesia!
- por JL Semeador, Lapa, 05/07/2011 -
Enviado ao Recanto das letras por jlsantos em 05/07/2011
Reeditado em 05/07/2011
Código do texto: T3076217
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