domingo, 4 de agosto de 2013

com os dentes cravados na memória

Artur Gomes

no quintal da minha casa tem uma planta sagrada debaixo do pé de manga espada tem um pé de limão cravo uma horta com alface e couve e alguns temperos caseiros que a minha mãe todo dia gosta de admirar as plantas que ficam crescendo as flores e suas sementes perto do muro da casa com tua energia solar como um poema que eu falo como quem brinca de pique e você não quer que eu explique o nome da minha rua que é uma rua só minha onde plantei minha casa durante noites de junho quando se faz lua cheia picasso foge da espanha com seus pincéis pioneiros e vai ali se encontrar com a sua musa primeira numa antiga cerâmica que conheceu na cacomanga no outono do patriarca em cem anos de solidão


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