quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dos goles ao cair



Eu sento e abro a primeira lata
em dois ou três minutos termino 
mas ela não fica vazia 
há o medo bem no fundo
eu abro a segunda e penso em pássaros 
num instante acabo e rio da liberdade deles
mas ela não fica vazia
há o medo bem no fundo 
eu perco a conta e seguro o choro como criança 
ausência de tempo e os pássaros riem de mim
transborda cada palavra não dita
há o medo bem no fundo
encosto a cabeça 
a deixo cair quando não dou por mim
horas parem de seguir eu penso
um ponteiro indo
o que há agora?
toda partida é mais uma lata
e há um medo bem no fundo.

Redson Vitorino

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