A maioria das cidades tem uma lenda em comum: A Mulher de
Branco, sempre com um enredo variado. Com Curitiba não foi diferente porque
este lugar também tem um causo sobre esta personagem:
Nos anos 70 Ana era uma jovem, muito religiosa, moradora de
uma cidade do interior, que procurava seguir as regras de uma família rígida.
Um certo dia, o padre morreu e mandaram um jovem pároco para
o lugarejo. Logo, na primeira missa, o sacerdote novo olhou para Ana,
apaixonou-se por ela e o sentimento foi recíproco. Assim, os dois passaram a se
encontrar escondido.
Alguns meses depois tiraram fotos do padre com Ana e
mandaram para a família desta sua namorada. Por isto, a dama foi expulsa de
casa sem dinheiro no bolso. Desta maneira, a pobre resolveu sumir da cidade e
ir para bem longe, pegando carona de carro em carro até chegar em Curitiba.
Na capital paranaense a moça virou moradora de rua. Numa
certa noite, ela sonhou que um anjo pediu-lhe para que ela vestisse só roupas
de cor branca para purificar seu corpo, mas que seus pés deveriam estar sempre
bem tratados porque no dia de sua morte eles se transformariam em asas. Por
isto, a dama passou a se vestir só com roupas desta cor. Ana, para sobreviver,
passou a desenhar os rostos das pessoas que passavam pelas ruas. Como ela era
muito talentosa, esta atividade virou seu ganha-pão. Esta mulher passou a ser
frequentadora de um famoso salão de beleza, da época, localizado no bairro
chamado Mercês, somente para que a pedicure e a reflexologista tratassem de
seus pés. Pelo fato desta moradora de rua não tomar banho, a dona do
estabelecimento marcava um horário especial para que ela fosse atendida.
Afinal, por causa do seu odor, a proprietária era obrigada a abrir todas as
janelas. Porém, o mais interessante é que depois de ter as unhas feitas, Ana
jogava suas meias velhas no lixo e pegava novas.
Esta jovem nunca escondeu a verdadeira história do seu
passado. Logo, surgiu o boato de que esta artista virava mula-sem-cabeça nas
noites de Lua Cheia, pois segundo crendices: toda a mulher que namora um padre
tem este destino.
Ana gostava de andar pelos bares do Largo da Ordem à noite e
era comum ela assustar as pessoas nas esquinas para depois dizer-lhes:
- Se vocês desejarem um retrato personalizado, eu posso
desenhar.
Reza a lenda que Ana faleceu nos anos oitenta, mas que seu
fantasma sempre aparece no Largo da Ordem, todo vestido de branco, com asas nos
pés, assustando e falando para as pessoas:
- Se vocês desejarem um retrato personalizado, eu posso
desenhar.
Dizem que depois que esta mulher faz a gravura e entrega ao
seu destinatário, ela some no ar.
Luciana do Rocio Mallon
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