quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Presente

Essas coisas que estão na minha mão. É isso que me incomoda.

Não que as coisas me incomodem, mas o fato de eu não saber se foi o mundo que me deu de presente ou se eu roubei dele e ele vai querer pegar de volta e me colocar de castigo. Quando fecho o olho e imponho minha vontade, quando aproveito a embriaguez para facilitar o vazio, quando jogo no mundo o que eu quero jogar e mexo meus paus para ter o que eu quero. Não que eu sempre tenha, mas de vez em quando dou a sorte de ser obedecido. Geralmente acho que fiz um bom trabalho.

E quando há uma punição? Eu que me puno ou o mundo que me pune? Ou alguém me pune, fechando os olhos e soprando a fumaça do cigarro com sua mensagem para os céus? Dando mais um gole e deixando-se quase desmaiar com o excesso, pedindo para qualquer deus interno que faça uma conexão com as estrelas e coloque o diabo sobre minha coluna vertebral? Algum bruxo-piadista obcecado que me dá um castigo e coloca um pequeno prêmio dentro dele.

Quem será ou quem serei?

Matheus Quinan


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