● com essa fome mordemos o rabo ●
● girando amarrados na propria carne ●
● osso contra dente dente contra osso ●
● assim apodrecemos sob o sol de satã ●
● sob o vazio cheio de todas essas ruas ●
● sob o signo frio sob a loucura do metal ●
● aqui não era o lugar das matanças ●
● ali tambem não era o lugar das sangrias ●
● nem entre nos mas deixamos assim ●
● somos agora o deus da carnificina ●
● girando louco e doente devorando tudo ●
● como se todos fossem gelatina ●
● coisas de morango com cerejas ●
● boiando no sangue todo com vinagre ●
● amargos com a fome dessas tristezas ●
● depois o sono o sono entorpecido ●
● isso de esquecer e deixar passar ●
● mortos e acordamos bem no leviatã ●
Alberto Lins Caldas
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