Sonhei com o abraço de Li Po
& lua.
Pálpebras pós-sonho são serestas
de bambus ao vento.
Pressinto o joio e o trigo e convivo
com as ervas todas.
Mas quando são águas
- Cristalizo.
Sei que algo imortal acontece.
Nasce em solidão no útero divino.
Lua negra-olhar-que-abraça.
Tenho razões para amar Li Po
Fechar a meia-noite negra
Com uma cortina de lago.
Li Po braços abertos,
luas todas em estações e séculos
à espera deste abraço.
Bárbara Lia / O sal das Rosas (Lumme Editor - 2007)
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