imagino que vocês tenham sabido
que esse país inteiro foi falido sob
as circunstâncias de nem bem uma
semana atrás: já não são possíveis
poemas de amor ou de circunstância
- então escrevo sobre a distância
que agride mais do que imaginava
fosse capaz neste país feito de homens
e livros, mas feito de mortes, de tiros
a esmo contra quem que se ponha
na frente deste trem desgovernado
aqui faz frio e não há o que comemorar
nem o outono, nem a poesia ou a primavera
- que já começa em algum outro lugar.
Marcelo Labes
20 de março de 2018 ·
(para o Caio, pela deixa e pela distância; para o Matheus)
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