sábado, 2 de março de 2019

Poesia dos Fuzileiros Navais Dedicada À Grande Mulher




Mulher, eu hoje encontrei a poesia certa,
Ela estava bem mais perto que eu queria,
Era mais bela e expressiva do que pensei,
Não a encontrei como esperava numa flor ou pelas ruas desertas,
Nem foi na dor ou na saudade...
Mas prometo não declamar com palavras tristes.
Eu procurei como um bom poeta, a poesia num pedaço de luar,
Dentro de um bar, num rosto liso de uma mulher, num carnaval,
Nas fantasias de um palhaço, nas noites quentes de verão e no deserto fatigante,
E nem ao menos na solidão a encontrei...
A poesia eu encontrei num retrocesso,
Numa viagem através do passado, num rosto amigo, conhecido e enrugado.
No peito doce onde suguei parte da vida,
Num quarto antigo aonde você embalou meu sono,
Numa saudade que até já me acostumei...
Não, não vou falar de coisas tristes.
Eu encontrei a poesia no teu colo,
Nas velhas canções de ninar,
Nas noites mal dormidas quando
Eu chorava de dor,
No velho berço que embalou
Em madrugadas frias,
No seu olhar que umedeceu quando eu casei...
Mas, existe em matéria ou pensamento
E, no momento, é minha musa inspiradora.
Que outra mulher merecerá tal monumento?
E foi de noite, a meia luz, no alojamento,
Que eu percebi que não precisava de um dia.
A grande mulher resiste ao longo do tempo,
Aos meus dias de ausência, de batalha de um guerreiro...
Escrevi muito sem falar de coisas tristes
(nem de saudades, nem de dor, nem de agonia), porque aqui tristeza não caberia.
E eis-me aqui - semente, flor, fruto e principio.
Minha simples homenagem: escrever-la em poesia!


Ás mães dos Fuzileiros Navais.

Extraída da obra em andamento.

Bárbara Pérez

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