● quando é tarde ●
● da noite e todos dormem ●
● pego meu violino ●
● sem cordas e no estabulo toco ●
● como se fosse ●
● pra multidões embevecidas ●
● e risonhas ●
● sentindo o cheiro ●
● de esterco novo e mijo velho sim ●
● das nossas vacas ●
● e cavalos em silencio ●
● me ouvindo ●
● tocar o violino q foi do meu avo ●
● e meu pai destruiu ●
● hoje sem nenhuma corda ●
● mas é assim q a musica existe ●
● se não assim seriam apenas ●
● sons acordando vacas ●
● misturando a musica ●
● com o q destroi a musica ●
● nem mesmo o cheiro ●
● de esterco novo e mijo velho ●
● das nossas vacas ●
● e cavalos em silencio ●
● seria musica ●
● assim as noites fluem ●
● pegajosas ligeiras e plenas ●
● logo antes ●
● do sol aparecer ●
● vou me deitar e durmo ●
● o pouco tempo ●
● pra ir fazer ●
● o cafe ●
● o bolo ●
● da manhã ●
● sinto q o leite cresce ●
● se adensa no meu peito duro ●
● q a qualquer momento ●
● escorre pela barriga ●
● pelo pubis pelo grelo ●
● ate as pernas ●
● os pes ●
● como se a terra desejasse ●
● beber ●
● com uma boca ●
● cheia de dentes ●
● meu leite q cresce ●
● e se adensa ●
● com a violencia duma gula ●
● distante do violino ●
● do esterco e do mijo ●
● inda assim eu gozo quando ●
● o leite toca meu grelo duro ●
● quando o leite ●
● toca a musica do gozo eu sei ●
● q a musica da noite vira ●
● noite de moscas q voam ●
● ao redor como violinos ●
● acompanhando meu violino ●
● sem cordas ●
● ao redor do esterco ●
● do mijo q a treva segrega ●
● antes de mais um dia idiota ●
*
ALC
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