A jardineira
De Mara Paulina Arruda
Uma cortina de palavras separa a sala e a cozinha. O chá está em infusão.
Sentada sobre os pés nas tábuas do chão da casa, Ana. Sons de tambores ao longe
ressoam entre a vigília e a realidade. Um desenho de nanquim transita entre
folhas de pessegueiro e folhas brancas de um papel feito por ela. Uma criança
no berço. Uma gaivota, longe, emoldurada, na parede. Concentração. Por onde
andaram os hai-kais? O ancestral na porta bate pedindo licença para as
ikebanas. Um colibri? Desenhar monogramas é virtude e cerim
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