A realidade é um átomo na iminência de se dividir. Com toda
sua simplicidade complexa vista apenas enquanto inteira, enquanto por dentro.
Por fora, vê-se sua complexidade real, seu nível mais profundo. Vê-se assim
quando somos capazes de dividi-la. Disseque o cadáver para entender seu
funcionamento; espalhe seus membros com as mãos; atravesse suas entranhas com
os dedos; vá puxando para os lados, abrindo brechas e vendo. Vendo.
Através da visão, sabe-se a fórmula do equilíbrio. Amor e
ódio livres. Bem e mal pareados. Positivo, negativo. Amor demais cega; nutrir o
ódio é como pôr objetos pontiagudos em infusão. Apenas deve-se aceitar a
condição do sacrifício. Apenas deve-se, se assim for preciso, abrir mão do seu
domínio sobre o tangível e deixar crescer sua alma.
Quando a realidade se partir, serei a conseqüência negativa.
Que assim seja.
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