sábado, 29 de dezembro de 2012

Solidão e esquecimento.




Venho sempre aqui à noite,
quando estás só.
Conheço teu contexto social e estético.
Procuro respostas para o teu paladar
ufanar de atenção
remediada
Como refinar a matiz do teu pequenino sofrimento
com histórias de maior tormento
que se deram em terras distantes.
Éramos amigos escritores antes
que essas luzes de figurantes
nos asseverassem a concepção do caráter
em dissolução do ego
no prego
das emoções vividas e não vividas
arrematar a solidão de outro?
- Soprar a existência aos ouvidos longínquos...
Estipular a perda dos parentes
ser subseqüente
ao ego deles
e viver como a sombra de sempre
com a qual te comparas e encontras significação
Somos todos irmãos de luzes,
contemplamos a eternidade e a sabedoria para decifrar
outros enigmas
que não o egoísmo alheio
qual anseio de glória
e satisfação da libido
autômatos floridos se encontram nos teus sonhos
então vou cantar, entoar, até adormecer o teu senso crítico
Revelarei-me cético em relação ao teu amor andrógino ou não
tal qual a alma sem sexo
tal qual o nexo
que encontras em minha relação causal
de amizade
que não se revela sexualidade
para não seduzir a tua aurora e roubar-lhe as cores
em espasmos corporais aleatórios
reflexos e sinestesias refratárias
ávidas de um ser hospedeiro.
Quero ao contrário, imortalizar-me
em teu amor primeiro.
Como seu amigo conselheiro,
como seu tutor financeiro,
como seu professor autoritário
canário das manhãs
do teu sol de dezembro
que se assenta, vai embora,
livre
batendo asas
alegrando a casa
retirando as brasas
desfazendo as malas
conhecendo as teclas e as letras
como atributos materiais importantes
e a vida como passagem natural
fio de existência imortal
ao teu lado
sempre contigo sem incorrer no clichê
aguçando a inteligência a morrer por você,
equacionar o tempo e esperar a vossa majestade descer
do alto de vosso egoísmo
para começar a escrever
Anderson Carlos Maciel

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