Todo órgão é meu por inteiro
desenhei seus enunciados
elaborei suas teorias
curei o seu passado
entornei suas pradarias
no copo
bebi às almas vazias
adornei sua vaidade
e seus baldes de água-fria
com uma escrita toda minha
filha sincera pois as falsas
estipulam tempos e espelhos
para espíritos rudes
riachos e açudes
que lhes servem
de andrajos para cobrir as partes de baixo
nessa sinestesia oportuna
que elenca a lua
a significar em metáfora
a vida tua
toda nua
para as redes de televisão
que tens na mão
como ócio da criação
e não distribui em forma de atenção
aos arremates alternativos
underground e não polutivos
que são "cult" aperitivos
para a salada principal servida ao reino animal
tal qual
o homem e o espírito
a moça e o lírio
o pássaro e a gaiola
a noite e os grilos
a morte e a sua hora
Sou senhora escrita apologética
regada a primor de imagética
na métrica "branca"
que fazem idéia das "ancas"
aos burros
de quatro
nessa mesma economia que alavancas,
com as palavras.
Anderson Carlos Maciel
Nenhum comentário:
Postar um comentário