domingo, 3 de março de 2013

INCOERÊNCIAS PUBLICADAS





Em que pese o respeito que me merece o insigne autor da postagem acima, Manoel J. de Souza Neto, cumpre-me, a bem da verdade, informar que alguns assuntos não representam a verdade dos fatos, da maneira que foram relatados.

Para tanto, gostaria de deixar de lado retóricas políticas, e me ater mais, diretamente, ao lado social propriamente dito, que é a meu ver, o fato gerador de toda e qualquer problemática que atualmente ocorre finalizando de maneira abrupta os eventos ditos..., populares.

Antes de entrar diretamente no assunto, quero informar a algum leitor que por acaso não me conheça, (o FACEBOOK extrapola fronteiras), que nasci no Rio de Janeiro, mas, já faz 43 anos que resolvi me radicar em Curitiba. Portanto, posso falar de sobejo, porque 'Nascer num lugar específico, é acidente de percurso. A mãe estava naquele local'. Mas, escolher um lugar para viver, conscientemente, quando já se é adulto, é opção de vida.

Resolvi deixar minha terra natal, por entender que o "Rio" estava se transformando no que depois de 1970, realmente se transformou. A escolha de Curitiba se deu, devido ao fato de aqui, existir um 'Processo Cultural' mais acentuado, no sentido mais puro da palavra..., 'Cultural'. Assim sendo, hoje com orgulho me defino como "Curitiboca", por óbvios motivos.

'Em Passant', já que a matéria anterior do autor citado, faz alusões sobre períodos políticos, quero informar que à época, 'Estava eu vestido de verde oliva', tinha meus compromissos com a vida militar, e, já fazia teatro. Das duas uma. Permaneceria Ator, comprometido com minha Arte, ou subjugaria esta, a rígida disciplina imposta pelo RDE. Escolhi a primeira, com muita base na escolha, haja vistas, que eu servia numa das unidades mais centrais do Rio de Janeiro, justamente tendo me apresentado ao Exército Brasileiro no ano de 1964. Assim, ninguém venha me dizer o que foi, vendo apenas um dos lados, por quê..., "EU VI OS DOIS" ! 

Então, abordemos o assunto de agora, com coragem, sem defesas ou ataques, do que, ou, de quem quer que seja, e acima de tudo, com a maior consciência do que estou fazendo.

Sou Artista. Permaneço Artista. Não sou 'apenas' um especialista nisso ou naquilo, vivo a Cultura da maneira mais ampla que posso vivê-la. 

Teatro, Cinema, Dança, Música, Poesia, (nas letras as mais diversas qualidades), Cultura Étnica, Popular, enfim, toda e qualquer forma de expressão cultural, se já estive nela permaneço, se não, foi por falta de oportunidade, o quê, logo possível, resolverei.
Há apenas três anos, (em 2010), aconteceu no mesmo 'Largo Da Ordem', o "FESTIVAL PARANAENSE DO SAMBA", que teve início no dia 02 de Dezembro, (Dia Nacional do Samba), com duração de quatro dias, shows em dois palcos, aproximadamente trezentos artistas e técnicos envolvidos. O início diário se dava às 14,00 h e o término às 22,00 h. Logicamente, perfaria um total de 'Quarenta horas' praticamente consecutivas de espetáculos Públicos, a céu aberto, mas, que no último dia, estendeu-se até as 23,30h. Foram 41,30 h. de Sucesso Artístico e de Público. 
Tive a honra de ser o 'Responsável' pelo 'Núcleo de Carnaval' do citado Festival e o 'Apresentador', Mestre de Cerimônias de todas as atividades que foram apresentadas no Palco do localizado bem no Largo da ordem, a frente da igreja.

O samba correu solto. De todas as formas e matizes. Do simples 'Tamborim' ao 'Atabaque', no mais puro ritmo..., de 'Raiz Africana'. 

Em momento algum houve tumulto. Em momento algum, desavenças que aconteceram no 'Largo' e ao largo, ações, até complexas, ligadas a situações de desentendimentos pessoais, foram causadoras de alterações comportamentais com a 'Magnífica Plateia' que assistia e participava das festividades, porque as pessoas envolvidas, 'Sabiam Se Comportar E Tinham Conduta Acima Média'.

Tivemos acompanhamento da Polícia Militar, e nenhuma alteração que merecesse registro, foi verificada. 

E quero aqui, fazer uma retaliação ao fato de ter lido que houve tumulto em Escolas de Samba, fato esse que nos meus 19 anos ativos de ligação com escolas de samba em Curitiba, eu, desconheço.

Retomando o objetivo, avaliemos especificamente o último acontecimento. Ontem, 1º de Março. O chamado 'Reveillon Fora De Época'.

Como frisei, moro, quase junto ao largo da ordem. O que vi de minha janela, 'ontem', foi mais uma vez o 'Abuso' do "Álcool" e das "Drogas", por um tipo de público que não se faz presente a eventos desse porte, com intuito de Participação Comemorativa, Social, Cultural, Elevada, Educada e Paritária. 

São pessoas sem um mínimo de conduta. Aqui declaro que minhas palavras, não levam nenhum tipo de 'Restrições', 'Discriminações' ou 'Preconceitos', pois, trabalho com os mais diversos públicos das periferias, e sei dentro de cada ambiente, selecionar quem lá vai para participar ou tumultuar.

É preciso parar de tapar o sol com a peneira. É preciso dar nomes aos bois. É preciso parar de colocar sobre os 'Ombros Das Fardas', toda e qualquer responsabilidade pelos fatos nefastos que acontecem sim, num tumulto de ordem.

É preciso que seja entendido, que há atualmente, ainda como resquícios dos anos da ditadura, sequelas sociais, sequelas que saíram de cadeias como as da Ilha Grande, onde presos políticos, sem muito ideal, ensinaram a bandidos comuns, a como tumultuar a coisa do lado de fora. Portanto, ver como "Eu vi" ontem, um bando de vândalos, gritar a frente da minha janela, quando a Tropa De Choque se aproximava..., 'CADÊ OS TIJOLO"?..., me faz lembrar que..., - EU JÁ VI ESSE FILME !

Curitiba, infelizmente, é hoje, o Rio que deixei há 43 anos. 'Violência'..., 'Álcool'..., 'Drogas'..., "GUERRILHA URBANA", e o pior, sem nenhum idealismo. Falta De Idealismo, Também É Cultura, Da Pior Espécie, Mas, É.

Na década de 60, havia sim, idealismo, e infelizmente, os idealistas foram mortos, e os oportunistas, estão por aí, 'Aposentados', 'Políticos Eleitos' e continuam sem nenhum ideal, contudo, se mantém munidos de todo oportunismo que nunca abandonaram. 

Querem o quê, os mais rotundos cidadãos desta capital ?

- Que a Polícia ou outra força legalmente constituída, tenha em mãos 'Rosas Perfumadas' para distribuir a quem não sabe o valor do limite e entre em embate com esses meliantes, que sem ideal, querem apenas vandalizar, 

- Que ao se apresentarem para fazer cumprir as normas e os bons costumes, se dirijam a quem lança garrafas, pedras, lixeiras e tudo que puderem jogar contra a polícia, dizendo palavras de carinho e respeito, como por exemplo... 'Caro cidadão, queira por gentileza, conduzir-se à morada donde não deveria ter se ausentado"? 

Esses baderneiros são filhos sem pais, sem mães, sem princípios. São "Vândalos", pura e simplesmente. Vândalos que barbarizam mesmo longe do local das festas. Quebram portas por onde passam. Chutam lixeiras das ruas. Destroem orelhões. Danificam ônibus nos terminais. E outros atos pelos quais não me alongarei.

Quem sabe, se para bel prazer de quem gosta de mal falar sem viver a realidade; que gosta de falar em prol do pobre, sem meter o pé no barro; que gosta de defender bandido sem nunca ter tido uma faca no pescoço; de reclamar da violência sem nunca ter levado uma pedrada; enfim, de falar da miséria em mesa de banquete..., quem sabe, é chegado o momento de ensinar aos 'Policiais Militares', que ao invés de arriscarem a própria vida para proteger quem não está envolvido na baderna, 'ensinar, repito, aos Policiais Militares', ou de outra força legalmente constituída, gente como nós, que têm em casa..., esperando...,, 'Esposas Ou Maridos, Filhos Ou Filhas, Mães E Pais, Pessoas Que Souberam Lhes Dar Um Lar E Educação Suficientes' para que agora possam envergar uma farda, quem sabe devemos ensinar-lhes a cantar..., "vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer". 

Eu sempre estou lá, no barro, com minha Arte. Eu sempre estou lá, com minha Arte, na periferia, tentando salvar uma criança que seja, das garras do oportunismo maquiavélico. Eu sempre estou lá, nas escolas públicas das cidades limítrofes de Curitiba, com minha Arte, ao menos tentando..., fazer a minha Parte, com minha Arte. 

Alguém de vocês que reclama do que não sabe, quer deixar o conforto do sofá, e ir cantar um samba lá longe, quer ir num CMEI desses bolsões, ensinar as crianças, a ser Porta Bandeira, Mestre Sala, a jogar Capoeira, a bater um Tambor, a 'Representar' mesmo que seja a miséria num palco montado com caixas de papelão ?

Não acho que não. É mais fácil, malhar.

Ah..., sim, sei. Existem exceções para toas às regras.

Olinto Simões.
02/02/2013.

 

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