domingo, 17 de novembro de 2013

Fortim

eram tantas veredas e pomares,
que não sentia da fruta a toxina,
à descoberta de outros paladares,
quando, febril, dentava a mancenilha.

eram lúridos, previstos azares,
eram dédalos em lugar de dedos;
vela de sete dias,sete mares;
-preparar horizontes de degredo !

lá, destalado entre o sol e a ardentia,
quem quer tentasse não me alcançaria...
o futuro ia erguer gradil estável

ali, donde morrem aves regressas...
hoje não! sou fortim inexpugnável,
porque minhas portas estão abertas.

Rodrigo Madeira. Sol sem pálpebras..2006.p53

Nenhum comentário: