Hoje não vou fazer nada, apenas relaxar e escrever. Afinal,
nada pode ser mais relaxante e gratificante do que exprimir um sentimento
íntimo nessa fila armônica de letrinhas. Aliás, não posso esquecer: hoje tive
uma ideia fantástica para um conto. Veio sem ordem; primeiro visualizei o
glorioso final, no qual a ideia toda se mostrava, em seguida o inicio; começar
como quem não quer nada, o miolo veio aos poucos, no caminho de casa. Tudo se
forjando maravilhosamente na ponta da minha caneta mental, que escreve nas
paginas de vento da memória, onde tudo dura o tempo de uma faísca.
Contudo já estava decidido. E se ficou pelo caminho o que eu
tinha para escrever, ficou na minha cabeça que eu tinha que escrever alguma
coisa. Por isso cá estou; caneta e papel na mão, parágrafo e meio escrito, e
não consigo sair do "como quem não quer nada" do inicio. Os meios
todos, todas as pontes e ligações de ideias que eu tinha imaginado, tão
perfeitos quanto perdidos, não os encontro e nem componho outros tão bons como
eram. Nem relaxado estou mais. Já vou tão aflito que não sei se narro o que
estou pensando ou o que estou fazendo. Me voltou agora a reflexão inicial, que
iria servir de final à essa desastrada historia. Me voltou e parece agora tão
desinteressante, mas tão sem graça que a lembrança me vale a unha do indicador
roída. Cuspo-a ao ler o inicio patético que dei à isso tudo: bagunça. Às trevas
com os meios também. não lembro deles e nem quero. Lixe-se se não sei escrever.
pelo menos eu penso. E a ideia que eu tive tá aqui na minha cabeça, em algum
lugar. E é bom nem escrever mesmo. Sobra mais pra mim. Só quero relaxar.
Guy Fausto F. Henschel - 02/05/2010
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