Todos os dias,
peço a Deus
que minha memória
jamais me abandone
Não suportaria, que ela,
levasse consigo,
a chuva que via de minha janela,
o azul de cada manhã,
as brincadeiras de rua,
o jardim no quintal de casa,
meu primeiro amor,
meus amigos de verdade
Não quero minha morte,
despida de nostalgia.
Peço a Deus,
que não me prive desta despedida
Do último abraço em minhas lembranças
De um muito obrigado,
à minha infância.
Bruno de Paula
Canto para Artaud
Pessoas à maneira
de obras de arte,
suas substâncias.
Subjéteis porosos -
homem-argamassa,
mulher-têxtil;
os que não se atravessam,
da classe de metais:
almas blindadas.
Obras ao modo de pessoas -
bronze másculo,
mármoreo ventre,
enfermiço;
um torso para se abraçar
a cores virulentas.
Vida-obra, obra-vida
homem, homem.
Roberta Tostes Daniel
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