Pela casa, eu transitava. Quantos vazios. No quarto da
filha, muitas lembranças. A essas juntava-se um ursinho de pelúcia, parte da
infância da qual ela se esquecera de levar. Olhei para o urso marrom:
encardido, empoeirado, olhos foscos a me fitarem em cima do armário. Parecendo
pular, o ursinho caiu em meus braços. Estava só (igual a mim). Deitamos no
sofá. Antes do impulso de abraçá-lo, ele me abraçou.
JDamasio
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