Os cultos do amanhã
Não lerão a bíblia,
Não evocarão tempos comuns
Nem lugares comuns
Nem chavões
Nem clichês
Os cultos do amanhã não
Correrão ao dicionário
Os amarelos das páginas
Já não fazem sentido
Nas eras digitais
O ser por ser já não é
Seria a música do adeus
A mais sublime
Pois dos finais monetizados
Pela indústria cinematográfica
Todos doutrinaram
À partida
Fiquei eu e minhas páginas,
E meus beijos em muitas prostitutas
Matrizes da verdadeira criatividade
Cênica
Sói ser uma estrela
De algum enlatado argentino
Da esquerda chilena
Pós-império estadunidense
A me sussurrar cores
Que pelas vielas do seu futebol
Torpe
Refreia-me o lirismo
Tal qual mídia, canais de tevê.
Acoberto-me com meu vácuo
E acaricio os cabelos
De muitas putas
Pensando, bom
Pensando.
ACM
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