O pequeno negócio não é eficiente. A dona saiu para almoçar
e os fregueses esperam. É um armarinho de miudezas. Também vende canetas,
lápis, caixas de papelão para encomendas, declarações para o correio. Espero
uma hora até a dona voltar. Almoço num lugar perto, tomo café. Fico com raiva
da proprietária que não conheço e do correio que exigiu a declaração de
conteúdo da encomenda. Quando entro na lojinha aberta, ela está atendendo
outras freguesas. Ali dentro tudo é confuso: botões, carreteis, sianinhas,
bordados, material de papelaria. Ela atende duas senhoras que compram botões,
Penso que nunca vai terminar. Me viu e falou, já te dou atenção. Quando peço o
que quero ela é toda solicíta e minha impaciência vai embora. Dá toda a atenção
para a compra de uma caixinha de papelão e um papel impresso fácil de conseguir
pela internet. Na rua, penso que há uma diferença entre a gentileza compulsória
que aprendemos para a convivência com o outro ficar melhor e a paciência. A
paciência é a única forma de os ineficientes sobreviverem. É ter um negócio
miudinho e ir tocando, enquanto o mundo gira em torno de grandes negócios. Saí
do armarinho uns milímetros maior do que quando entrei.
MK
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