tenho percorrido mundos que não me pertencem
já trafeguei escuros e luzes
a transfixar auras indivisíveis de meus demônios
por entre oníricos corpos celestes
seus totens e meus tabus
perdi-me em abismos
de onde nunca mais parti
planei por saídas que aprisionavam
rompi meus silêncios de aço
ousei sorrisos
sufoquei milhões de prantos
e agora sinto
o cansaço das asas que migraram
léguas e léguas
vida pós-vida
pois hoje eu não queria voar
hoje
eu só queria
pousar em teus olhos
e adormecer
(Celso Mendes)
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