O PEDINTE E O PORTUGUÊS
Enquanto Joaquim varria a frente de sua padaria notou um
rapaz parado entre uma das entradas, logo levou as duas mãos ao bigode. Se não
era consumidor porque estaria ele parado ali? Logo fez a pergunta:
-Ora, pois, o que faz em frente ao meu estabelecimento o
gajo?
-Estou com fome doutor.
-Não sou teu pai e nem teu avô muito menos doutor.
-calma ai portuga, Quero um pedaço de pão sei que não lhe
fará falta.
-Eu sei disso, vou ser bem direto. Eu te dou um pão hoje
amanhã vai querer um bolo com café, daqui a pouco vai está morando lá em casa
daí outros pedintes vão aparecer dizendo: se deu pra ele eu também quero. Não
gosto de pedintes no meu humilde estabelecimento.
-Olha que portuga unha de fome. Retrucou o rapaz
-isso é pecado. Completou?
-Faz o seguinte, tem um lago aí em frente perto do bosque
cheio de peixes, te dou a vara você vai lá e pesca.
-Não portuga, pescar dá muito trabalho, a minha fome não
pode esperar quero comer agora.
-E amanhã?
-Só a Deus pertence.
-Um dia vai entender o porquê não dou esmola.
-Não quero esmola, estou com fome quero apenas comer.
-Quer mesmo comer?
-Claro.
-façamos um trato. É o seguinte, está vendo aquelas cadeiras
branca? Lava elas que eu te dou um dinheiro mais tem que trabalhar. Vai ao
banheiro lava as mãos que a Maria vai te dar algo para comer.
-é o seguinte portuga, deixa esse rolo pra depois vou ter
que ir para casa da minha tia do outro lado da cidade. Pensou: trabalho to
fora! Faço meus corre ganho muito mais.
-Tudo bem entendo você é livre e pode escolher.
-Falou portuga, vou pegar o bonde.
-Nesse país carregador dessa miséria agora é assim: não dê
trabalho dê esmolas, bolsa família bolsa escola! Depois português que é burro.
Ô saudades da terrinha...
Ed. 2011
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