quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Luz prisioneira



Claudia Belchior

Nas chuvas da tua terra, encontro o teu azul.
E se falasse do sonho, da guerra, da emoçao.
Nao saberia se era preso ou se era prisao
Um trago governa a intensidade do teu pensar, do teu deus.
Das guerras à luz.
Um som quebranto mexe com tuas emoçoes,descobres tuas raizes
Infinitamente descobres que nao ès uma mulher
Es um animal! Que necessitas transformaçoes.
O que lhe atormenta?
O que sangra?
O que mata?
Tua respiraçao presa, esqueces o passado.
O que sentes?
O que fazes?
Venho ate ti como o oprimido de braços abertos.
Pronto para me entregar a tua escultura, ser uma criatura.
Nao briga, debate, nao me fere com as tuas feridas.
Saia da origem, dos mares, da lama.
Passe, acorde...
Na grama, na cama.
Nao me enlouqueças com as tuas loucuras.
Ame com a minha calma.
Quando se for, nao olhes para tras, para nao dar a impressao de ter esquecido algo.
Um dia benigno, gemido, compositor.
Quero cantar, te invadir de calor.
Quando acordar quero te ver molhado de prazer e suor.
Onde nao tenhas mais chaves para que te feches.
Quando estiveres de portas abertas, abra os braços para que eu possa entrar e
invadir o infinito.
Uma agua desagua a molhar teus cabelos, teus olhos.
Nao os feche, abra-os muito mais.
Liberte, liberte, liberte!
A tua luz prisioneira.

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