segunda-feira, 18 de março de 2013

Não Sou Gênio Carente



Não sou anjo e nem gênio carente,
Sou apenas uma simples mortal,
Caminhando pela Curitiba inocente...
Virando a esquina sem dar sinal!

Sou uma pobre vileira de periferia,
Mas, não ando em torcida organizada...
Apenas quero escrever minha poesia...
Numa solidão calma e sossegada!

Sou gorda e bem-nutrida,
Porém, não sou obesa...
Tenho a chama escondida,
Quando a vela fica acesa!

Eu respeito os idosos,
Não incomodo a sua avó!
Velhinhos são graciosos...

Mas, a sociedade não tem dó!

Não incomodo a sua sobrinha adolescente!
Porém também faço minhas travessuras...
Num verso de paixão quente e ardente,
Que inspiram eróticas loucuras!

Arte não é fumar no bar...
É procurar uma diferente lenda...
Em qualquer raio de luar,
Que ilumina uma fria senda!

Agitador cultural não é artista,
Mas, pode ser um verdadeiro mecenas...
Quando a aventura dança na pista...
Nas luzes coloridas dos poemas!

Não freqüento só o São Francisco...
Pois visito o paraíso inteiro!
Sou um anjo leve e arisco...
Batendo e rebolando o pandeiro!

Não sou um gênio carente,
Não sei o que é zona de conforto!
Sou bem-nutrida e inocente...
Pois, eu beijo o anjo torto!

A provocação é a raiz da Arte...
Mestre, eu quero lhe abraçar...
Seja em Curitiba, ou, seja em Marte...
Faremos as pazes em pleno mar.
Luciana do Rocio Mallon

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