quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Silêncios

horas verdes assentam-se sobre o trapézio
girafas circulares discorrem sobre foucault
olhares triangulares se desdizem
como beija flores cinzentos
uma música abandonada ressoa
magneticamente em dias
lúcidos e abissais.
IX0999
ao redor tudo é silêncio. trovões. ouço agora trovões. é como um
êxtase em sentido cego. esgarçam-se como gaivotas afogadas.
antes:
jogo xadrez no caos dentro de um quadro de di chirico.
beijos geométricos se
desfazem como as areias vermelhas.
o movimento é um diálogo oblíquo.
MMXXII
o telefone está tocando. está tocando
desesperadamente há três dias.
o som vem de dentro de uma maçã sonâmbula.
(Silêncio escuro)
agora:
as palavras criam confusões.
a neutralidade do silêncio.
a verdade do silêncio.

(tudo é turvo. e nunca mais)

Sérgio Villa Matta

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