Ela, sonâmbula ingênua, alimentando-se dos resíduos de pão
recolhidos à tarde,
em seus passos, brisas suaves de grisálida emplumada em
desalinho com o vento,
digere antídotos contra seu próprio veneno;
depois de enxugar lágrimas de acetona, de enternecer seus
sonhos,
de dissecar a fauna de seus sentidos, de esmorecer em falsos
desatinos,
de esquecer seus primários instintos,
depois de estar no purgatório e não se enxergar Beatriz,
depois de reverter o espólio em simples cicatriz,
escalavra em suplício os intervalos do equilíbrio.
Ricardo Pozzo
Nenhum comentário:
Postar um comentário