só o que sobrou do sonho
é essa sombra no teu olhar
o pesadelo trêmulo no teu caminhar
é o vacilar dançarino do demônio risonho
a busca por algo invisível que a razão não alcança
são os passos incertos dessa dança.
letras incertas qual chuva de prateados
gafanhotos
afastam chateados garotos abreviados
de sonhos de proletária vida
a morte renasce em cada sonho que assassina
essa é sua sina.
a sombra no teu olhar
é a alma que desaprendeu a dançar.
tua seda sua sem amar
o mar te convida mas
mas não há mais nada
nada sobrou do sonho
na razão do teu amar.
Wilson Roberto Nogueira
2009
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