Então é suficiente olhar o poema na página e pensar:
Que poema estrondoso
Que poema estúpido de louco
De onde vem essa coisa toda que se chama poema?
Ah, talvez daquela rua
Um garoto atravessando
Ele tem um lenço azul no bolso
E fica parecendo o rabo de um gato
Os cabelos esvoaçam
Ele fez isso de propósito
Não! Espera, não é daí que vem
Talvez seja mesmo desse pouco espaço para o coração
De repente ele começa a explodir demais
E ninguém consegue dormir direito
Ou por isso mesmo, dorme-se demais
A cidade sonolenta
Os três correndo feito loucos
E quando ela cansa, põe as mãos nos joelhos e sorri
Jules e Jim também é o seu filme preferido?
É o meu!
Que coincidência
Que coicidência eu ter olhado por um tempo longo
E ter pensado:
Estranho, quanto mais eu olho, mais gosto
Não era só um poema numa página?
Aliás, naquela manhã — já faz tempo
Seu rosto de criança refletido no lago
Todos prontos para partir e você ali
Nesse exato momento: o poema
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