quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

2018 O ANO QUE MAL COMEÇOU




O que aconteceu, feridento?
Está aí todo escangalhado,
estragado, danificado, destruído, partido.
Vem com essa que eu te arrebento,
perebento!
Pra tua informação a rã é um batráquio,
anfíbio, anuro.
Quando ela saltou, você caiu em si.
Juro, o seu comportamento foi, no mínimo, estapafúrdio,
esquisito, estranho, excêntrico, ilógico, disparatado.
Estranhamente, o padre desceu do supedâneo para rezar a missa. Ou devo dizer, da base, suporte, pedestal, escabelo, peanha?
O salto da rã foi concomitante ao descer do padre,
mas pode ter sido também simultâneo, sincrônico, coincidente, coexistente, entende?
Não vou recauchutar essa história só para agradar, muito menos
para reparar, corrigir, endireitar, reconstituir, consertar.
Já sei de antemão que as testemunhas tergiversaram.
Responderam a tudo de forma desonesta, tirando o cu da reta...
...evitando, contornando, ladeando, rodeando, inventando, adequando. Pense bem. Mude.
Por que você continua comprando essas bufarinhas?
Assim o dinheiro da corrupção vira bugiganga, cacareco, quinquilharia, insignificância...
A polícia chegou antes?
Sai pra lá, urucubaca! E leve junto a má sorte, o azar, o infortúnio, a ziquizira, o caiporismo do cacete!!
Eu só queria saber: como lutar contra a morte inexorável do Direito?
Juro com a mão sobre a Bíblia, sobravam-me sinônimos para a resposta inevitável, fatal, infalível, irremissível ao questionamento do juiz. Mesmo assim eu era sempre culpado.
Bem, no fundo, no fundo, éramos todos vítimas, a rã, o padre, eu, você e quem mais? Ou tudo isso foi só um poeta que passou por aqui fazendo bazófia com o coraçãozinho da gente?

Antonio Thadeu Wojciechowski

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