sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Apocalíptico




Tufões de frio espalham gelo em pó.
Ventos amargos vão surrando os mares.
A noite crua mata o sol sem dó:
Morre o maior dos mártires dos ares!

No mais profundo abismo as águas vivas
Imortais frente ao mais penoso atrito,
Regridem para as fases primitivas...
Por ora o que fazer? Silêncio ou grito?

Velhas castas de nuvens pesam nada,
Mas rugem tal e qual as bestas feras:
São batalhões formando a tropa armada!

Meus olhos tristes de retinas gastas
E espanto à burca que cobriu a Terra,
A Deus se elevam e, me fecho em aspas!

Eliane Triska

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