quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

GHEGADA OU PONTO DE PARTIDA?




Na aldeia dos povos ditos cônscios
tem gente que parte, tem gente que fica...
tem gente que murmura, tem gente que grita...
enfim, toda uma gama de estradas de pedras,
onde o que se segreda,
estampa-se em faces que despertam do sono
sem deixar de dormir, pois que continuam
escravas dos sonhos...

Assim mesmo, um ir e vir quase a esmo
num giro que se fez o mesmo,
pois o tempo talvez por lá tenha parado
enquanto a noite se fez...
sei lá... talvez...

Na aldeia dos que dizem-se civilizados
as danças são movimentos descoordenados,
onde o corpo enlaçado tem dificuldades
de se fazer movente...
o inconsciente...
sim o inconsciente assola a mente
enquanto os olhos fechados,
pensam romper com os medos
e arriscam-se a olhar de soslaio.
Coisas de gente desconfiada...

Na aldeia dos que se dizem libertos
existem savanas, estepes, areia e deserto...
existem os lentos de pensamento,
os que se vêem por demasia espertos.
Existem os lacaios... existem os mandantes...
existe o momento adiante,
mas inexiste o presente.
Eles não o percebem,
constatação deprimente...

Eu estou nessa aldeia.
Como viajor que sou
preciso expor,
o fundo vivo de minha história...
eis a aldeia, e nela a minha vida.
Nesse momento:
chegada ou ponto de partida?

josemir (ao longo...)

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