estátuas de bronze adormecem nos jardins dos esquecidos,
cabeças cortadas submergem no esgoto cheio de lôdo,
crianças com vendas nos olhos, retalham filhotes de
passarinhos,
entre a fome e o frio congelado, brincam de mímica nos
suores da noite,
com suas calças rendadas, prostitutas fazem a ronda da
noite,
em esquinas escuras, postes altivos iluminam o vazio ensurdecedor,
Sirenes barulhentas ferem o silencio seco sem aconchego,
ratazanas saem do seu esco nderijo, bisbilhotando
transeuntes pálidos,
loucos feridos fogem de hospícios com seus aventais
compridos
afugentados das alucinações patinam na neve da comoção e da
dor,
comiserados do destino sofrem atentados do desatino,
árvores descontroladas soçobram nas tempestade de pedras,
ventos alucinantes dançam na escuridão chuvosa....
fúrias engessadas cobrem devaneios inúteis,
possessos se trombam em avenidas escuras,
tenentes sem fardas lamentam o tempo perdido
meninos de rua limpam faróis quebrados, cortantes,
vozes sem liberdade escoam em ralos fétidos,
amores em vão raspam carnes sanguinolentas,
gemidos adormecem em calçadas cheias de võmitos,
romances se quebram em bares da esquina...
pescoços pendurados apodrecem em praças públicas,
vozes esgarniçadas ressoam no infinito...
cantos de rouxinóis fracassam em rochedos montanhosos,
restos mortais se misturam com fragmentos de vidas....
THE END
Luiza Silva Oliveira
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