Você que é leve como chuva ácida; sulfura buracos no ozônio.
Estufa um salto de asa-delta sem asa-delta: asas de chumbo. Rumo ao sol.
O sol quer o meu câncer. No fogo, carrossel de Apolo,
inferno siberiano: arrepio que me causa a trinta e seis graus, terceiro
milênio.
Polução devasta o planeta inundo. Roçados onde os seus
desamparados. Peito, pentelho. Baba por fazer; bagunça no enredo.
Éclogas, ecologias. Dilúvio e carnaval. Mais de sete bilhões
de palhaços no salão.
Chove no ecossistema das pernas. Chove sangue. Na calha onde
sua chuva de enxames arrebenta a minha cara. Conto as gotas num buquê
estridente.
Bebo o arroio dos olhos. Bebo tudo. Ébrio peito sanfoneiro,
resfolega a lira suntuosa.
Uns minotauros machões. E abelhinhas transtornadas sobre o manjar
dos deuses: as crianças. Faz dodói na pele-labirinto.
É um belo momento: eu me afogo na enchente e chove. Rio, de
ainda morrer, Amor.
RTD
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