sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Réquiem





Não me esperes

antes que os sinos digam

das tristezas das minhas ruas.


Por ora, deixa-me e espera!

que também te esperarei com flores.


E, quando eu voltar

das dores outonais caídas,

os sinos, com suas saias rodadas,

serão minhas despedidas,

e não me quererás mais.


Então, não me esperes,

porque a primavera ainda não floriu

e o amanhã pode querer murchá-la

ao vê-la reanimar

o poema

que deixaste morrer no rio...
Eliane Triska

Canoas, outubro de 2010/RS

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