Em 1979, a minha avó Lena, contou-me a seguinte lenda:
No século dezoito, numa vila do interior do Nordeste, havia um padre carrancudo que usava seu chicote para assustar as crianças que faziam traquinagens na praça, em frente a igreja, e para expulsar comerciantes que ficavam perto do templo, por coincidência sua passagem preferida da Bíblia era aquela em que Jesus retirou os comerciantes do templo. Mas a bronca deste vigário, realmente, era com as crianças e adolescentes.
Uma certa noite, este padre morreu do coração perseguindo um moleque peralta com o seu chicote. Porém, surgiu o boato de que o fantasma deste vigário continuava a espantar, com o seu chicote, a meninada que fazia bagunça perto da igreja. Por isto, naquele tempo, tornou-se comum quando algum filho fazia traquinagens, as mães falarem:
- Cuidado com o comportamento, se não o padre do chicote vai lhe pegar!
Reza a lenda que o chicote deste sacerdote foi enterrado no jardim da mesma igreja e que no dia em que este objeto for desenterrado, um outro vigário com a mesma mania poderá surgir. Uma notícia curiosa é que, em 1997 acharam um baú, que estava enterrado no terreno de um templo abandonado e que dentro dele havia um chicote.
Por coincidência, no mês de dezembro do ano de 2012, um pároco, do litoral do Paraná deu uma chicotada em uma adolescente, que estava comemorando o final do ano escolar com seus colegas, numa praça, perto da igreja. No final, o sacerdote entrou em acordo com a família da menina e pagou as despesas médicas.
Aqui o curioso são as semelhanças da lenda urbana, do século dezoito, com esta notícia da vida real de 2012.
Será que atrás de uma lenda sempre existe uma verdade?
Ou
Atrás de uma realidade sempre há uma lenda?
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