sábado, 28 de novembro de 2015

43)


Declamo esses jardins que brotam em
minha boca sob a pele ancestral.Esses
palácios de mortos insurrectos, com
suas flores de éter. Sou do barro onde
crescem as vinhas para a utopia sem
dor. Vim cardando estes relâmpagos
de acender palavras, ante a nudez das
estações; vim cortando a memória aos
pedaços para servi-la aos famintos.
De longe ouvi as matracas e os tambores
ávidos. E era em minha carne que
tocavam. Na gramática da promessa,
só os desejos não dormem.

SALGADO MARANHÃO

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