sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tudo que ela faz é abissal:


o ovo frito, a couve refogada, o assobio no banheiro
e o amor.
Tudo o que ela faz é abissal:
de seu riso claro
ao seu choro de desespero.
(E abissal, você sabe, é sem fim:
é um buraco tão vazio
que não tem fundo – ou cujo fundo
é do tamanho do universo inteiro.)
Tudo o que ela faz é abissal.
Tudo. Menos o destempero.
Otto Leopoldo Winck

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