sábado, 28 de novembro de 2015

ESTRANHO CAIS


Estranho cais,
volto a ti
sempre que o oceano
me cansa.
Tenho por ti
estranho apego,
apesar da paixão do horizonte,
da vertigem do azul.
Na noite do mundo
foste o meu porto.
Se volto hoje a ti,
depois da alvorada,
é que não compreendi
o meu caminho
e te pergunto pela rota, pelo norte, pela luta.
Estranho cais,
de tantos ais
e vozes tantas ancestrais,
sempre que o oceano
me cansa -- e como cansa! --
eu volto a ti,
ó meu começo.

Otto Leopoldo Winck

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