Só há duas maneiras de escrever romances hoje. De maneira
ingênua ou de maneira crítica. Pra escrever de maneira ingênua, você tem que
ser ingênuo: acreditar no romance e no universo de valores do mundo que o
gerou. Ou então só lhe resta escrever romances críticos, aliás metacríticos, o
romance que traz em si sua própria crítica. Agora, quando se trata de romances
históricos, você tem que ser duas vezes crítico: crítico da narrativa romanesca
e da narrativa histórica. Este é o caso de HHhH, romance do francês Laurente
Binet, que trata do atentado contra o nazista Heydrich perpetrado por dois
jovens tchecos da Resistência. Ao mesmo tempo que ele conta a história, ele
critica tanto a forma de contar quanto o que é -- ou não é -- dado histórico.
Livraço, alias.
Otto Leopoldo Winck
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