Namoro estrelas. Sou poeta.
E daí? E daí que às vezes fico horas brincando com palavras.
Brincando é o modo de dizer. Trabalho duro,
teimo, limo, sofro, suo.
Mas me indaga um homem respeitável:
-- E que importância tem isso?
Tá bom, tá bom... eu sei que poesia não tem importância
alguma,
que somos escravos cardíacos das estrelas,
que os liquidificadores são mais necessários e melhores
indicados
que os poemas
e os dentistas mais úteis (além de mais simpáticos, é claro)
que os poetas...
Eu sei, eu sei. É por isso que eu ando emburrado
e acho todo mundo idiota. Mas acontece
que eu sou poeta (aliás, altíssimo)
e fico triste ao entardecer.
Otto Leopoldo Winck
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